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Caro Leitor,

Nas edições passadas, aprendemos muitas coisas com o Khalil, não
somente sobre a religião islâmica, mas também sobre as relações
humanas. Hoje, vou introduzir as aventuras do Khalil desta quarta edição
contando uma história da vida real, vivida por mim.

Em 2006, fui a trabalho para Jeddah, na Arábia Saudita. Coincidentemente,
minha viagem foi marcada para o mês em que aconteceria o
Hajj – peregrinação dos muçulmanos na cidade de Meca. Eu já imaginava
que encontraria uma grande movimentação rumo à Arábia Saudita, mas
não sabia exatamente como seria, e foi realmente surpreendente.

Quando entrei no avião que fazia escala na França, me deparei com um
grupo de aproximadamente 40 australianos. Aqueles homens louros, de
olhos claros, dificilmente seriam chamados de muçulmanos por quem
está acostumado com os estereótipos. Todos pareciam muito empolgados
e, aos poucos, se enturmavam com outros muçulmanos de diversos
lugares do mundo - um verdadeiro intercâmbio de etnias. Mas o que
chama atenção nesse encontro não é apenas a diversidade dos povos,
e, sim, a união e a acolhida daqueles que nunca se viram antes, mas se
reconhecem como irmãos.

Todos os anos, quando se inicia a preparação para o Hajj, me vem à
cabeça essa lembrança. Sou cristão e há 15 anos convivo todos os dias
com muçulmanos. Temos uma relação de máximo respeito e diariamente
aprendemos uns com os outros.
Espero que a leitura das próximas páginas leve a vocês a essência da fé,
não só no Islam, mas em todas as religiões, assim como o respeito que
devemos disseminar, afinal, é essa a mensagem que sempre quisemos
passar desde quando o gibi do Khalil era apenas um sonho dentro de mim.

Agora, consigo até mesmo enxergar que, juntamente com a dedicação, a
fé também foi primordial para a realização desse projeto.

Carlos Dias
Diretor de Comunicação e Marketing
Federação das Associações Muçulmanas do Brasil - FAMBRAS

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